Da próxima vez em que passar por praças e parques, repare melhor em paredes, escadas e pisos esburacados. Você pode se deparar com uma surpresa colorida.
Paulistanos estão saindo por aí cobrindo buracos em espaços públicos com peças do jogo Lego. Um deles, o designer Caio Nakagawa, 26, fuçava na internet quando deu de cara com uma notícia sobre o projeto do artista plástico alemão Jan Vormann, 29, que teve a ideia.
Caio achou que poderia fazer a mesma coisa em São Paulo. Levou a proposta até o coletivo de design do qual faz parte, o Improvisal Design, e os amigos aceitaram participar.
Antes de colocar a mão na massa –ou melhor, nas famosas pecinhas infantis–, recebeu o aval do idealizador do projeto. A primeira intervenção por aqui aconteceu na praça Zilda Natel, na zona oeste.
Depois dela, os reparos lúdicos já foram vistos em toda a cidade, em locais tão diversos como o Clube Escola Tatuapé, na zona leste, o parque da Juventude, na zona norte, e o parque da Aclimação, no centro.
Com o alto preço do brinquedo no Brasil, a versão nacional da intervenção tem que dar seu jeitinho para acontecer. “Temos apenas um balde de Lego, então já chegamos a tirar as peças de uma rachadura para arrumar outra”, conta Caio.
Segundo ele, a empresa Lego não tem relação com as intervenções. “Não temos patrocínio, é tudo feito com um balde que guardo desde a infância”, afirma. Procurada pela sãopaulo, a Lego brasileira revelou que conhecia o projeto do artista Jan Vormann no exterior, mas não sabia sobre o grupo que trouxe o projeto para São Paulo.
A ação atrai curiosos, que, vez ou outra, pedem para ajudar. “Jogamos as peças no chão e procuramos os buracos. Muita gente pergunta o que estamos fazendo”, conta.
Para Natália Duzzi, 25, integrante do coletivo, a ação aproxima o grupo dos passantes. “Todo mundo já brincou de Lego alguma vez na vida.”
Fonte: Folha de S. Paulo